Consideradas mais práticas por circularem mais facilmente em meio ao trânsito, motocicletas tem como contrapartida a vulnerabilidade de quem às usa

Elas ganham cada vez mais espaço no trânsito. Mais baratas comercialmente, econômicas e ágeis, as motocicletas circulam facilmente na lentidão do dia a dia, passando em meio aos carros e dando uma sensação de liberdade para quem as conduz. Mas, dar preferência à elas significa também correr mais ricos, afinal a estabilidade é menor que a de um carro e aumenta a vulnerabilidade de seus condutores.

Para poder desfrutar da liberdade e da praticidade das motocicletas, é importante obedecer à legislação e seguir algumas regras de segurança, como usar capacete, segurar o guidão com as duas mãos e usar roupas de proteção com adesivos refletores.

Marcos Pohl, 24 anos, pilota motocicletas desde que tirou sua habilitação, aos 18 anos. Ele revela que utiliza capacete, luvas e normalmente uma jaqueta como forma de proteção ao corpo. Mas, no trânsito diário das ruas, a falta de atenção de alguns motoristas acaba atrapalhando a pilotagem e colocando até mesmo em risco a vida dos pilotos.

Muitos motoristas ignoram as motocicletas, conta Marcos. “Por ser de porte menor, eles acham que cabemos em qualquer espaço”, desabafa. Outro problema do cotidiano, diz Marcos, é quando caminhões de lixo deixam resíduos pela pista, principalmente no estacionamento, quando vão coletar os materiais. Isso acaba se deteriorando pelo local mesmo, o que acaba deixando a pista mais lisa, provocando quedas e até acidentes mais graves.

Mas, da mesma forma que os motoristas devem prestar atenção no trânsito e naqueles que trafegam por duas rodas, os pilotos também devem estar atentos e obedecer às leis de trânsito, bem como sua sinalização. Aos motociclistas, é importante trafegar sempre a uma distância segura dos automóveis e só ultrapassar quando tiver certeza de que foi visto pelo motorista. Muitas vezes as motos não são percebidas por quem dirige automóveis, ônibus, caminhões, ou até mesmo pelos pedestres.

Investindo em segurança

O uso de capacete reduz drasticamente o número de ferimentos graves em caso de acidentes. Por isso, condutor e passageiro devem usá-lo, mesmo em trajetos curtos. O capacete com viseiras transparentes é a principal forma se segurança. As viseiras protegem os olhos do condutor contra partículas de poeira, pequenos insetos voadores ou pedregulhos ejetados do asfalto, evitando acidentes. Quando o capacete não apresentar viseira embutida é necessário o uso de óculos protetores.

Para diminuir a possibilidade de sofrer ferimentos em caso de queda ou acidente, é importante que o motociclista vista roupas resistentes. Use casacos, calças de tecido grosso, luvas e botas de couro. Tenha faixas adesivas refletoras nas costas, frente e braços da jaqueta. A utilização de roupas com detalhes que refletem a luz dos faróis dos carros permitem que os motoristas vejam as motocicletas de uma distância maior.

O Código de Trânsito Brasileiro - Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997 - determina no seu art. 54 que “os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias: utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores; segurando o guidom com as duas mãos; usando vestuário de proteção”.

Sinalização

A sinalização de trânsito informa e orienta os usuários das vias. O respeito à sinalização garante um trânsito mais organizado e seguro para os condutores e pedestres. Placas, inscrições nas vias, sinais luminosos e gestos compõem a sinalização de trânsito. Essas informações regulamentam o trânsito, advertem os usuários das vias, indicam serviços, sentidos e distâncias, sendo classificadas em sinalização vertical, sinalização horizontal, dispositivos de sinalização auxiliar, sinalização semafórica, sinais sonoros e gestos.

O artigo 90, §1 do Código de Trânsito Brasileiro determina que a sinalização de trânsito seja de responsabilidade do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, e este responde pela falta, insuficiência ou incorreta colocação dos sinais.

Em Pato Branco, por exemplo, há vagas específicas para motocicletas. Geralmente elas ficam no início ou no fim dos estacionamentos e abrigam mais de uma no mesmo local.

Mortes em acidente com moto sobem 263,5%

O número de mortes em acidentes de trânsito com motos no Brasil aumentou 263,5% em dez anos. Os dados são do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), criado pelo Ministério da Saúde. Em 2011, foram 11.268 mortes no país, contra 3.100 usuários de motos mortos em 2001.

O Ministério da Saúde informa que os dados de 2011 são os mais recentes disponíveis, visto que o processo de registro de óbito é demorado, levando até dois anos para contabilizar todos os casos. O salto no número de vítimas fatais em acidentes com motos é bem maior que o aumento do número de mortos por acidentes de trânsito em geral, que envolve carros, motos, caminhões, ônibus, pedestres.

Em 2011, foram 42.425 mortes contra 30.524 registradas em 2001 – alta de 39%. No mesmo período, a frota brasileira de veículos de duas rodas aumentou 300%, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), com base em números divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A quantidade de motos emplacadas no Brasil saltou de 4.611.301 unidades, em 2001, para 18.442.413, em 2011.

Fonte: Diário do Sudoeste